Estamos apresentando Cotia de 1970, não a Cotia de hoje, com todas as ruas asfaltadas e parte dos problemas da capital, inclusive os assaltos. Naquela época isso não existia. A “casa de campo” localiza-se a 24 km do centro de São Paulo e a 12 km de Pinheiros (bairro da capital). Fica na margem da estrada Raposo Tavares. Em 1970, Cotia tinha poucas residências e muitas árvores exuberantes. O silêncio era total, somente perturbado pelo cantar dos pássaros e o barulho natural dos animais. Local próprio para realizar qualquer trabalho intelectual, mais ainda para escrever obras como as de Pietro Ubaldi.

A Lei, que se faz presente em tudo na vida de cada um, mesmo quando não é percebida, nunca abandonou o místico da Úmbria. No fim de sua vida veio dar-lhe mais um testemunho. Para quem lhe é obediente, todas as necessidades lhe são providenciadas.

Estava na hora de escrever o Cristo e Cotia proporcionou ao seu Autor mais facilidade para entrar em contato com as correntes noúricas do que o ambiente tumultuado de S. Vicente. Em Cotia o esforço era menor. Quando escrevia, elevava-se espiritualmente, como mostra em Ascese Mística e As Noúres. Para falar de Cristo, tinha de penetrar naquele Cristo que brotava de si mesmo, como disse S. Agostinho: “Senhor, muito me fatiguei, procurando-Te fora de mim, quando Te encontras em mim.”

Pietro Ubaldi iniciou a sua missão, escrevendo as Mensagens e A Grande Síntese numa grande chácara, a Tenuta Santo Antônio, na Itália, no meio de muitas árvores frondosas; nada mais justo do que terminá-la em uma chácara pequena, no Brasil, tão bela quanto a outra. As ruas de Cotia, 1970, eram semelhantes à estrada de Colle Umberto (Perúgia), terra batida, pelo menos até 1986, quando fomos conhecer a Tenuta Santo Antônio. O livro necessitava daquele silêncio para ser escrito e o seu autor o merecia, pelos 40 anos de vida missionária: Cristo, o último volume da coleção e coroamento de toda a Obra.