Esta é a fase na qual se experimentam as conseqüências da primeira, precedida pela escola da dor, para uma ação curativa do mal, com a correção dos erros. Nesta segunda fase tudo tem o caráter de fatalidade, uma vez que é conseqüência do que foi livremente preparado na primeira fase. Daí advém a importância de nosso comportamento neste primeiro período, porque é nele que se faz o lançamento da trajetória que, depois, automaticamente continua na mesma direção até a exaustão do impulso recebido. Disso depende o desenvolvimento de todo o ciclo desde o início definido e irrevogável.A segunda fase contém uma real experiência, feita na própria pele e sem possibilidade de evasão. Se a primeira fase é a de livre plantio das causas, a segunda fase é a da fatal colheita dos efeitos. Nesta, o fenômeno se acha mais avançado no seu desenvolvimento e começa a dar os seus frutos. Se a primeira fase é a do lançamento da órbita na direção anti-Lei, a segunda fase é a do choque com a órbita da Lei e, para o indivíduo, é a hora da experiência da dor. Por esse exemplo se vê a utilidade dessa segunda fase que, com a negatividade da dor retificando a negatividade do erro, corrige uma trajetória de enfermidade que tende à morte, com uma outra positiva de saúde que leva à vida. Essa fase é a determinista, na qual é a Lei que comanda, curando o mal e reconstruindo a ordem onde foi violada. Nela teremos uma vida de tipo diferente, não de abuso, mas de pagamento, não de desordem anti-Lei, mas de reordenamento segundo a Lei. O método é benéfico porque é uma defesa da vida e embora magoe é uma providência de Deus a nosso favor. Sem a ação corretiva que o detém e o remete ao caminho reto, o ser se perderia, tornando-se sempre mais desgastado e involuído. E nenhuma tentativa de destruição, subvertendo a ordem, tem sucesso, porque o resultado produz, infalivelmente, a lição adequada para corrigir quem, na sua inconsciência, cometeu aquele erro. É preciso compreender que tudo que é anti-Lei é anti-Deus e, pois, anti-vida. Podemos assim compreender agora mais exatamente que não é a Lei que reage; é o indivíduo que, lançando-se em direção oposta, vai contra ela. Então, é ele mesmo a causa do choque.

A Lei, sendo um conceito ou princípio imaterial, não se manifesta em nosso plano senão através das forças e formas que a exprimem. Quando ela exige do violador compensações para restabelecer a ordem, ela usa um outro indivíduo mais atrasado como executor do débito e da divina justiça, razão porque o devedor se apresenta como uma ocasião para satisfazer os próprios instintos maléficos. Para quem a suporta, esta oportunidade é uma prova; e para quem a usa para danificar o outro, é uma tentação e um erro em que este caiu. Assim, quem se encontra na primeira fase do ciclo, que é a dos abusos, é utilizado para dar uma lição corretiva a quem se encontra na segunda fase, que é a do pagamento. O mesmo ato cumpre, em duas direções, funções diversas nas mãos de quem o faz. O mal é culpa e débito para pagar depois à lei; nas mãos de quem o recebe é instrumento de redenção e pagamento da dívida à Lei. Assim todos trabalham para o mesmo fim, em diversas fases do mesmo ciclo. Os da primeira fase preparam, sem querer, a escola para os da segunda fase. Mas, por sua vez, deverão receber a mesma escola, quando atingirem a segunda fase, por parte dos novos que na primeira fase iniciam o ciclo. O indivíduo, ponto por ponto, constrói uma sabedoria com o próprio esforço, e esta se torna sua propriedade inalienável, e a mais útil conquista da vida. Aparentemente os dois tipos são inimigos, porque um inflige dano e o outro o recebe, mas na realidade eles fraternalmente colaboram para o bem comum. É assim que, na sabedoria da Lei, mesmo o mal termina por desempenhar uma função de bem - quem acredita que trabalha em sentido negativo, na verdade trabalha em sentido positivo. A estrutura desta técnica nos faz compreender como ocorre a correção do erro na segunda fase. O resultado de tais experiências forma uma conexão de idéias diferentes da primeira fase, isto é, à conexão entre erro e vantagem própria se substitui a conexão entre erro e dano próprio. Desce uma nova idéia corretiva da precedente, registra-se e aloja-se no subconsciente para ressurgir depois, assimilada sob a forma de instinto, como qualidade adquirida pela personalidade, para dirigir, de outro modo, uma outra vida. Assim se percorre a segunda fase do ciclo e se conquista o conhecimento.

                                                                             Do livro " A Técnica Funcional da Lei de Deus" - cap 06