Assim, muitas nebulosas que vedes aparecer nos espaços sem um precedente visível, nascem por condensação de energia, a qual, após a imensa dispersão e difusão devida à contínua irradiação de seus centros, concentra-se, seguindo correntes, que guiam sua eterna circulação, em determinados pontos do universo. Aí, obedecendo ao impulso que lhe é imposto pela grande lei do equilíbrio, instala-se, acumula-se, retorna e se dobra sobre si mesma, compensando e equilibrando o ciclo inverso, já esgotado, da difusão que a guiara de uma coisa à outra, para animar e mover tudo no universo. De todas as partes deste, as correntes trazem sempre nova energia, o movimento torna-se cada vez mais intenso, o vórtice fecha-se em si mesmo, o turbilhão transforma-se em um verdadeiro núcleo de atração dinâmica. Quando ele não pode suportar mais em seu âmbito todo o ímpeto da energia acumulada, chega a um momento de máxima saturação dinâmica, a um momento crítico em que a velocidade torna-se massa, estabiliza-se nos infinitos sistemas planetários íntimos, do qual nascerá o núcleo, depois o átomo, a molécula, o cristal, o mineral, os amontoados solares, planetários, siderais. Da imensa tempestade nasceu a matéria. Deus criou.

 Vedes que, em realidade, nenhuma das três formas,β , γ , α  conseguem isolar-se completamente; trazem em si sempre traços de suas fases precedentes. Assim, vedes que o pensamento apóia-se num suporte nervoso-cerebral, e que a matéria em si nos exprime sempre a idéia que a anima. A energia na fase de ida ou na de retorno, é sempre o traço-de-união entre γ  e α ; reveste todas as formas, tanto que em vosso baixo mundo, o pensamento só sabe existir com o apoio da energia e a energia permeia toda a matéria, agitando-a em formas infinitas; sobretudo, naquela fundamental, mãe de todas as outras, de energia gravífica ou gravitação universal.

   O éter, que para vós é mais uma hipótese do que um corpo bem estudado, escapa às vossas classificações, porque quereis reconduzi-lo às formas de matéria que conheceis, enquanto é uma forma de transição entre matéria e energia. O éter, forma de transição entre β  e γ, é, por sua vez, pai do Hidrogênio. É o filho das formas dinâmicas puras: calor, luz, eletricidade, gravitação, para a qual regressará  a matéria por desagregação e radioatividade. As nebulosas condensam-se da fase éter, através das fases gás, líquido, sólido. Entre os sólidos, existem os corpos de peso atômico máximo, os mais radioativos, os mais velhos, como disse, aqueles que, por desagregação atômica, regressam à fase β.