Da revista Il Loto - Florença, ano VIII, nº 6, novembro-dezembro de 1937.

Esta obra, verdadeiramente excepcional, tanto pelo valor científico quanto pelas novas concepções ultramodernas que nela são expostas, com um estilo elevado e ao mesmo tempo claro e convincente, é sem dúvida uma das mais importantes que tenham aparecido nestes últimos anos.

Explicar seu conteúdo em poucas linhas não é possível, dada a importância do argumento e a absoluta novidade do conceito. Limitar-me-ei a algumas indicações de índole geral e a todos aconselharei a leitura, ou, melhor ainda, o estudo, para que possam todos aí haurir precioso ensinamento. É certamente um livro de Ciência, mas não de Ciência fria e temerosa de olhar muito distante, como estamos habituados a ver.

Esta é uma Ciência cálida, dinâmica, entusiástica e viva, que se arrisca sem medo o mais alto e mais longe que pode, voando com asas seguras além do convencionalismo e dos horizontes apertados; reconduz todo o criado a uma Unidade grandíssima, que é Deus. É aceita qualquer fé, desde que sincera, e procura-se seja ela reconciliada com a Ciência.

Fala como cientista a cientistas, para conduzi-los à Espiritualidade, servindo-se de seus próprios métodos.

Fala aos intelectuais para fazê-los achar o caminho do coração, servindo-se do intelecto; e abre para todos a estrada para o Infinito, despertando neles a Intuição.

É vivificada e reforçada, com os mesmos materiais de consciência humana comum, a nossa consciência latente, que é a alma eterna que preside ao nascimento e à morte do corpo físico.

Quer o autor que a Nova Civilização do Terceiro Milênio se erga do materialismo, para conduzi-la à Espiritualidade; observa que as próprias religiões esconderam a originária centelha divina e que hoje nenhuma fé sincera sustenta as massas; até aquela de Cristo — que ele julga a mais completa e perfeita — não conseguiu comovê-las nem arrastá-las.

Hoje o espírito caiu na indiferença e o autor tenta, neste volume, cheio de entusiasmo e paixão, reerguê-lo e endereçá-lo para a Espiritualidade - Julga que agora os tempos estão maduros e novas descobertas da Ciência comum levam a novas orientações, a novas concepções.

Em sua exposição, parte do exterior para atingir o interior, da superfície para entrar no âmago, da multiplicidade fenomênica para descobrir o princípio fundamental que é "Uno" e que "dirige tudo". Esta seria A Grande Síntese.

Estes ensinamentos servem para dar ao homem uma nova consciência cósmica mais vasta e mais universal, que lhe será útil, não só para aprender, mas sobretudo para agir.

Diz-nos como a Lei regula o Universo, que é ordem e Equilíbrio.

Analisa detalhadamente Matéria, Energia e Espírito, e a passagem de um a outro estado, explica-nos os motos fenomênicos, que, com ritmo cada vez mais acelerado, conduzem ao Super-homem, glorioso resultado de um trabalho gigantesco, para o qual todos — querendo ou não — temos de contribuir. O homem, então, guiado pela Intuição, poderá, diz ele, atingir verdadeiramente a felicidade. Este objetivo radiante da vida — esta conquista maravilhosa exalta de tal forma o autor, que ele consegue exprimir-se em estilo verdadeiramente inspirado e poderoso, e se arrisca até a indicar-nos as realizações que deverão ocorrer no próximo Terceiro Milênio, para evitar o perigo da destruição da Civilização atual.

Mesmo se estas não se realizassem inteiramente, estão, porém, baseadas na Lei eterna, que dirige a Evolução, e assim, as que então se realizarem, terão de derivar da mesma Lei Suprema, à qual as coisas e os homens jamais poderão subtrair-se.

(a)    C. A. S.